Por Rodrigo F. Pereira
O ser humano é um julgador por natureza. Ao longo de um mero dia, somos estimulados por um grande número de imagens, sons, odores, textos, ideias. Para que não nos paralisemos frente a tudo isso, processamos de forma extremamente rápida os estímulos de interesse ou não. Além disso, tendemos a classificar os estímulos de acordo com categorias aprendidas durante a vida, como “agradável/desagradável”, “bonito/feio”, “útil/inútil”. Esse processamento foi essencial para a sobrevivência da nossa espécie, uma vez que guia as nossas ações em meio a qualquer tipo de ambiente de forma rápida e objetiva.
Sendo assim, quando nos deparamos com uma situação, uma pessoa ou uma ideia nova, quase instantaneamente já realizamos um julgamento, para que tenhamos base para nosso comportamento. Em geral, utilizamos as nossas experiências anteriores e encontramos — consciente ou inconscientemente — similaridades entre o atual e o passado para basear nossa avaliação. Em frações de segundo, temos toda a nova estimulação comparada com um arcabouço de vivências anteriores e categorizada, nos dando condições de reagir adequadamente. Esse processo é natural — e, em muitos casos, necessário. Imagine um dos nossos ancestrais se deparando com um animal desconhecido no meio da savana africana: ele precisava saber rapidamente se havia algum tipo de ameaça ou de utilidade para poder agir de acordo.
Há, no entanto, algumas questões que podemos fazer em relação a esse processo, considerando os dias atuais. A partir do momento em que temos consciência de como funcionamos, podemos nos observar funcionando e optar por maneiras diferentes de ser — o que alguns autores chamarão de real liberdade. Vejo três pontos fundamentais.
1. Situações novas são novas. Embora tenhamos um repertório gigantesco de experiências anteriores nas quais nos baseamos, na verdade estamos sempre agindo em função dessas experiências, e não do presente. Isso pode nem sempre funcionar, já que a situação atual é sempre única, por mais parecida que seja com aquilo que já experimentamos.
2. A categorização é falha. Embora seja útil para um julgamento rápido, geralmente a categorização que fazemos é muito simplória. Em frente a um objeto, tendemos a classificá-lo de acordo com proposições dicotômicas, como bonito ou feio, útil ou inútil. O problema é que esse tipo de classificação é muito restrita, levando-nos a avaliar as situações de forma muito rasa.
1. Situações novas são novas. Embora tenhamos um repertório gigantesco de experiências anteriores nas quais nos baseamos, na verdade estamos sempre agindo em função dessas experiências, e não do presente. Isso pode nem sempre funcionar, já que a situação atual é sempre única, por mais parecida que seja com aquilo que já experimentamos.
2. A categorização é falha. Embora seja útil para um julgamento rápido, geralmente a categorização que fazemos é muito simplória. Em frente a um objeto, tendemos a classificá-lo de acordo com proposições dicotômicas, como bonito ou feio, útil ou inútil. O problema é que esse tipo de classificação é muito restrita, levando-nos a avaliar as situações de forma muito rasa.